quarta-feira, 3 de junho de 2009

  • Nenhuma face será mais amada que a tua. Mesmo depois do adeus, desse longuissimo e definitivo adeus que te estarei dizendo sempre, serão os seus amados traços a encher-me de espanto e de tristeza, será a tua ausência a encher-me até não caber mais nada nem ninguém, o teu gesto fantasma a tocar-me ainda.
    Amar-te-ei para sempre, mesmo para lá da vida, mesmo para lá do amor, mesmo quando a paixão não for mais que cinzas e depois nem isso, será o teu amado rosto ainda a povoar-me, como um talismã, a única divindade finita que adorarei jamais. Assim é o amor que nos marca, a carne viva, que nos deixa indeléveis os sinais, como aquele teu olhar primeiro num dia longínquo, como aquele teu rosto cheio de sombra, de olhos baixos, a ponto de me cegar. Nunca sobrevivemos ao amor, nunca.

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